Oliver Bearman, o promissor rookie da Haas, conseguiu um impressionante quarto lugar no Grande Prémio do México, mostrando uma emoção palpável após o feito. Este resultado, o melhor para a equipa em nove anos, deixou o jovem inglês de 20 anos visivelmente comovido, com lágrimas nos olhos enquanto via o pai e a namorada a celebrar o seu sucesso.
Numa corrida caótica e emocionante no Autódromo Hermanos Rodríguez, Bearman demonstrou uma condução notável. O ponto alto da sua performance aconteceu na sexta volta, quando, numa audaciosa manobra, ultrapassou Max Verstappen. Depois de Lewis Hamilton ter saído da pista na Curva 4 e Verstappen ter travado tarde na Curva 5, comprometendo a saída de Kimi Antonelli, Bearman não hesitou. Lançou-se para o interior, travando um inesperado duelo roda a roda com Verstappen, que muitos consideram o melhor piloto de sempre na F1. Bearman venceu a disputa, subindo para o terceiro lugar (que se tornou quarto após a penalidade de Hamilton e a estratégia de Verstappen).
Embora o pódio lhe tenha escapado devido à estratégia alternativa de Verstappen, a performance de Bearman solidificou o seu potencial. O piloto expressou surpresa por competir tão bem com os nomes de topo da grelha, mas espera que esta seja uma nova norma e não um evento isolado na sua carreira.
O desempenho de Bearman reflete o de outros rookies da temporada. Juntamente com Antonelli, Isack Hadjar da Racing Bulls e Gabriel Bortoleto da Sauber, esta nova geração de pilotos tem superado consistentemente as expectativas, demonstrando um elevado calibre ao longo da temporada.

A Ferrari, para a qual Bearman é um produto da sua academia de pilotos, acompanha de perto o seu progresso. Frédéric Vasseur, chefe da equipa, ficou impressionado com a condução sem erros do jovem piloto no México e manifestou confiança no seu futuro, afirmando que Bearman está a “render frutos”.
Este ano, no entanto, tem sido desapontador para a Scuderia. Apesar da chegada de Lewis Hamilton, estatisticamente o maior piloto de todos os tempos, a equipa caminha para a sua terceira temporada sem vitórias em dez anos e a primeira desde 2021. A tensão em Maranello é crescente, e os rumores de possíveis mudanças, incluindo a posição de Vasseur e até mesmo a ligação a Christian Horner, persistem, refletindo a enorme pressão para que a equipa volte aos tempos áureos de Schumacher e Todt.
O futuro de Hamilton e Charles Leclerc na equipa permanece incerto. Há especulações na imprensa italiana de que Leclerc, o “Senhor Ferrari”, poderá considerar opções fora de Maranello após 2026, caso a equipa não se torne mais competitiva sob os novos regulamentos. Seria um golpe devastador para a equipa ver “Il Predestinato” partir. Quanto a Hamilton, o seu contrato expira no final de 2026 e, apesar das suas palavras iniciais sobre focar-se em 2026, as suas performances em 2025 geram dúvidas sobre a sua permanência a longo prazo.
Contudo, a atuação de Bearman no México serve como um lembrete da força do programa de jovens pilotos da Ferrari. O seu objetivo é, sem dúvida, um dia pilotar para uma equipa de topo, e as suas performances consistentes na Haas são um passo crucial nessa direção. O quarto lugar na Cidade do México é prova de que Bearman está mais do que capaz de competir no topo da grelha.
O Ano dos Rookies
Seria injusto falar da impressionante temporada de Bearman sem destacar os outros jovens talentos da grelha. A escolha do “Rookie do Ano” será um desafio, com quatro pilotos a apresentar fortes argumentos.
A performance de Bearman no México foi notável, especialmente considerando a menor estrutura da Haas. O seu crescimento tem sido visível a cada semana.
Hadjar, da Racing Bulls, teve um pódio espetacular em Zandvoort e uma reviravolta notável após o acidente na volta de formação na Austrália. As suas performances foram tão boas que levantaram questões sobre o que Verstappen poderia ter feito na Racing Bulls. Hadjar é visto como favorito para ser colega de equipa de Verstappen na Red Bull na próxima temporada, como recompensa pela sua excelente campanha.
Bortoleto, da Sauber, não teve um carro tão competitivo para igualar algumas das proezas dos seus pares, mas tem demonstrado um crescimento constante ao longo da temporada, com resultados como o sexto lugar na Hungria a indicar o seu talento.
E depois há Antonelli. A temporada do jovem da Mercedes tem sido a “montanha-russa” que o chefe de equipa Toto Wolff previu. Depois de uma fase de forma preocupante a meio do ano, o italiano parece ter-se reencontrado, pontuando em cinco das últimas sete corridas, incluindo um sexto lugar no domingo, à frente do seu colega de equipa George Russell. A sua recompensa foi a recente confirmação da Mercedes de que permanecerá na equipa com Russell em 2026. A abordagem da Silver Arrows de lançar o jovem de 19 anos em águas profundas foi arriscada, mas poderá render dividendos na próxima temporada.
Liam Lawson, tecnicamente, também se qualifica como rookie, completando a sua primeira temporada completa após passagens pela equipa júnior da Red Bull em 2023 e 2024. Apesar de parecer uma anomalia nesta classe, merece o seu reconhecimento. Após uma passagem complicada pela Red Bull, Lawson fez um trabalho admirável ao revitalizar a sua carreira na Racing Bulls, em circunstâncias que poderiam ter destruído a confiança de outro piloto. Red Bull e Racing Bulls parecem agora indecisos entre Lawson e Yuki Tsunoda para as vagas restantes, um lembrete da rapidez com que a mudança geracional está a ocorrer na Fórmula 1.
É notável ver uma mudança tão óbvia na grelha. Lando Norris, que em 2019 fazia parte da última classe de rookies altamente elogiada (que incluía Russell e Alex Albon), agora lidera o campeonato, à frente do seu colega de equipa Oscar Piastri. Tal como Norris, Russell e Albon, a classe de 2025 promete ser algo extraordinariamente especial e memorável na história da Fórmula 1.
