
O Grande Prémio de Singapura foi palco da vitória de George Russell, um triunfo que, contudo, foi ofuscado pelo drama interno na McLaren, onde Lando Norris e o líder do campeonato, Oscar Piastri, protagonizaram um incidente controverso. A vitória de Russell, a sua segunda da temporada e alcançada a partir da pole position, foi uma exibição dominante, mantendo Max Verstappen atrás de si desde o início.
Verstappen terminou em segundo lugar, apesar da pressão constante de Norris. O momento crucial para a McLaren ocorreu no início da corrida, quando Norris, partindo de quinto, disputou agressivamente a posição com Piastri, que começou em terceiro. Ao desviar-se para evitar Verstappen, Norris colidiu com Piastri, um lance que quase atirou o australiano contra a barreira e gerou imediata insatisfação por rádio por parte de Piastri. Ele questionou a justiça do contacto, especialmente à luz de intervenções anteriores da McLaren para gerir a dinâmica da equipa, como no Grande Prémio de Itália.
Apesar de um pequeno dano na asa dianteira, o desempenho do carro de Norris não foi afetado. Os engenheiros de corrida da McLaren, após reverem o incidente, informaram Piastri que não haveria intervenção da equipa, pois o contacto de Norris foi considerado uma consequência de ter evitado Verstappen. Piastri discordou veementemente, argumentando que desviar-se de um carro não deveria justificar colidir com um colega de equipa. Este incidente foi decisivo num circuito conhecido pelas suas condições difíceis para ultrapassagens, permitindo a Norris manter a sua vantagem sobre Piastri.
Uma paragem lenta nas boxes para Piastri (5,2 segundos) complicou ainda mais a sua corrida, embora não tenha alterado o resultado final. Norris passou grande parte da fase final da corrida na zona de DRS de Verstappen, mas nunca esteve suficientemente perto para tentar uma ultrapassagem séria.
Os resultados da corrida apertaram o campeonato de pilotos, com o terceiro lugar de Norris (à frente de Piastri, em quarto) a reduzir a liderança de Piastri para 22 pontos, com seis corridas ainda por disputar. A McLaren também garantiu o seu segundo Campeonato de Construtores consecutivo, apesar da tensão visível entre os seus pilotos.
Max Verstappen, embora não tenha vencido, ganhou pontos em relação a ambos os pilotos da McLaren, estando agora 63 pontos atrás de Piastri, embora um desafio ao título pareça distante. Ele terminou consistentemente à frente de ambos os McLarens nas últimas três corridas.
A vitória de Russell foi uma declaração significativa, especialmente porque ele está atualmente a negociar uma extensão de contrato com a Mercedes. O diretor da equipa, Toto Wolff, elogiou a sua performance, destacando a forte sinergia entre o piloto e o carro. Esta vitória foi inesperada para a Mercedes, que não era considerada favorita. O colega de equipa de Russell, Andrea Kimi Antonelli, terminou em quinto lugar, consideravelmente atrás de Piastri.
A Ferrari teve um fim de semana decepcionante, com Charles Leclerc e Lewis Hamilton a terminarem em sexto e sétimo, respetivamente. A corrida de Hamilton foi ainda mais complicada por uma falha tardia nos travões e uma penalidade de cinco segundos por violações dos limites da pista, que o fez cair para o oitavo lugar, atrás de Fernando Alonso. Os comissários reconheceram o problema nos travões, mas consideraram as suas múltiplas saídas de pista injustificadas.
Fernando Alonso realizou uma excelente corrida pela Aston Martin, garantindo pontos valiosos. A sua corrida também foi notável pelas suas comunicações de rádio francas, incluindo uma tirada memorável após ultrapassar um Isack Hadjar em dificuldades: “Troféu para o herói da corrida”.
O rookie da Haas, Oliver Bearman, terminou em nono, e Carlos Sainz (Williams) conquistou o último ponto em disputa, apesar de ter partido do fundo da grelha, juntamente com o seu colega de equipa Alex Albon, devido a uma infração do DRS na qualificação.
Classificação Final (Top 10) – Grande Prémio de Singapura:
- George Russell (Mercedes)
- Max Verstappen (Red Bull)
- Lando Norris (McLaren)
- Oscar Piastri (McLaren)
- Kimi Antonelli (Mercedes)
- Charles Leclerc (Ferrari)
- Fernando Alonso (Aston Martin)
- Lewis Hamilton (Ferrari, após penalidade de 5 segundos)
- Oliver Bearman (Haas)
- Carlos Sainz (Williams)
Lewis Hamilton registou a volta mais rápida da corrida antes de receber a penalidade.